A Criação Segundo a Mitologia Egípcia

A cosmogonia egípcia atribui a criação do mundo aos deuses Geb e Nut, representando a terra e o céu, respectivamente. De acordo com a mitologia egípcia, o início de tudo se deu com o surgimento do deus criador Atum-Rá, que era o deus do Sol e considerado o responsável pela criação do mundo. Atum gerou dois seres, Shu e Tefnut, que mais tarde seriam responsáveis por trazer ordem ao caos cósmico.

Os deuses Shu (ar) e Tefnut (umidade) são filhos de Geb (deus da terra) e Nut (deusa do céu). A ação de Shu e Tefnut foi crucial para a separação do céu da terra, trazendo a harmonia e a ordem ao universo egípcio. Shu foi encarregado de sustentar Nut para que não tocasse Geb, mantendo assim a distância entre o céu e a terra, enquanto Tefnut foi responsável por umedecer a terra, permitindo a vida prosperar.

Uma curiosidade interessante é que, de acordo com a mitologia egípcia, Geb e Nut eram originalmente amantes, mas foram separados pelo pai do deus Sol, Shu. Geb e Nut só podiam se unir durante o curto período de tempo entre o nascer e o pôr do sol, o que simbolizava a renovação diária do mundo. Essa separação entre o céu e a terra desempenhou um papel fundamental na criação e na manutenção do universo segundo a mitologia egípcia.

, o deus sol, é uma figura central na mitologia egípcia e assume papel fundamental na criação do mundo. Segundo a lenda, Rá nasceu da flor de lótus no início dos tempos e trouxe a luz ao universo, iluminando a escuridão.

O nascimento de Rá simboliza o surgimento da vida e da luz, essenciais para o equilíbrio e a manutenção da ordem no mundo. A jornada de Rá ao longo do céu durante o dia e sua passagem pelo submundo durante a noite representam a dualidade e a constante renovação no ciclo da existência.

A lenda de Rá revela a importância do sol como fonte de energia e vida para os antigos egípcios. A adoração a Rá era intensa, refletindo a reverência pela natureza e pelos fenômenos celestes. Os templos dedicados a Rá, como o gigantesco templo de Abu Simbel, atestam a grandiosidade e a devoção associadas a esse deus solar.

Maat, deusa da ordem e da justiça, desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio cósmico. Maat é representada como uma mulher usando uma pena de avestruz em sua cabeça, simbolizando a verdade e a justiça. Ela era responsável por manter a harmonia no universo, garantindo que as forças do bem triunfassem sobre as do mal. Os antigos egípcios acreditavam que viver de acordo com os princípios de Maat era essencial para garantir ordem e estabilidade no mundo.

O conceito de renovação e ciclo da vida está presente na mitologia egípcia através dos rituais funerários e das crenças na vida após a morte. Os egípcios acreditavam na existência de um além onde a alma, ou ka, podia viver eternamente. Para garantir uma passagem segura para a vida após a morte, os faraós e os nobres eram mumificados e enterrados com seus pertences e amuletos para ajudá-los na jornada. Este ciclo de morte e renascimento era uma parte intrínseca da visão de mundo egípcia.

Maat e a renovação representam conceitos fundamentais na mitologia egípcia, refletindo a importância da ordem, justiça e continuidade da vida. A interação entre esses princípios moldou a visão de mundo dos antigos egípcios, influenciando seu modo de vida, crenças e práticas religiosas.

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